Como já era previsto, a economia de Caxias encerrou o primeiro semestre deste ano com todos os números no vermelho. De janeiro a junho, a cidade apresentou uma queda de 15,4% na comparação com o mesmo período de 2014. Para piorar, o segundo semestre não deve ser diferente: a projeção dos especialistas é que 2015 feche com baixas gerais entre 15% e 20%, o que sinaliza que o cenário de retração não dá nenhum sinal de melhora. Os números oficiais da economia e as projeções foram apresentadas pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e também pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) na tarde desta quinta-feira.
O comércio apresenta desempenho muito semelhante o da indústria e fechou o primeiro semestre acumulando prejuízos de 22,8%. Em 12 meses, a baixa é de 14,8%. Maria Carolina Gullo, assessora de Economia e Estatística da CDL, lembra ainda que o Dia dos Namorados deste ano deve ter sido do “presentinho”, já que o setor caiu 23,8% sobre junho do ano passado.
— Comércio depende muito do clima, da confiança. O tíquete médio de compra em praticamente todos os estabelecimentos caiu muito. Notamos que o consumo agora se restringe aos itens de primeira necessidade — analisa Ivonei Pioner, diretor da CDL.
Serviços, que até então estava um pouco imune à retração, sem números negativos, também se rendeu à crise. O setor agora acumula baixa de 0,3% no ano e junho deste ano foi 3,7% pior que o mesmo mês do ano passado.
— Basicamente a crise começou na indústria, se espalhou para o comércio e agora chega também aos serviços — indica Zignani.
Os números negativos nortearam ainda o mercado de trabalho, que encerrou o semestre com mais de três mil vagas encerradas. Um número igual — ou superior — deve se repetir no segundo semestre, na avaliação dos especialistas. Eles ainda apontaram que sinais de melhora devem aparecer na economia em 2016, especialmente no quesito de exportações, já que as vendas internacionais estão sendo beneficiadas pelo câmbio. Já uma melhora mais expressiva e constante, ao que tudo indica, virá somente em 2017.